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segunda-feira, 24 de março de 2014

Pré-ideias

Crônica escrita pela colaboradora do blog, Camila Vieira, dona do blog Letrar-se.

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Alguém uma vez me disse que a melhor parte de toda uma relação é a paquera, aquela troca de olhares a distancia, o sorrisos disfarçados. A gente olha a pessoa de longe e já cria várias pré-ideias, expectativas de como deve ser o beijo, o cheiro, o abraço. Depois vem o primeiro contato, palavras ditas ao pé do ouvido, um beijo "roubado". As pré-ideias se tornam concretas ou caem ao chão. 
       O coração disparado, boca seca, mãos suando, até parece que está doente, mas na realidade é pura expectativa. Um encontro, dois encontros, vários encontros e várias pré-ideias vão surgindo e outras vão desaparecendo. Mensagens e ligações trocadas durante todo dia e toda madrugada.
      Então, o namoro começa, sair com os amigos(as) dele(a), conhecer a família. As primeiras discussões por causa de um(a) ex e o primeiro beijo de pazes. Construir sonhos juntos, viajar juntos. Ver o amor crescer. Começar a conhecer quem realmente é a pessoa que está ao seu lado, achar graça das manias, pensar que pode mudar aquele vício, ver algumas pré-ideias ser tornarem reais e muitas outras serem atiradas na parede.
    1 mês, 2 meses, 5 meses, 1 ano de namoro. As brigas e cobranças começam a se tornar mais frequentes, ele(a) não parece mais se importar em parecer bonito(a) para você, a rotina toma conta, as mensagens ligações ficam mais escassas e as conversas que antes fluíam tão facilmente agora são substituídas por longos períodos de silêncio. O amor antes tão grande, começa a encolher.
     Uma decisão, 2 palavras e muita coragem. Não é nada fácil dizer adeus, saber que as palavras que saem da sua boca ferem a outra pessoa.Lágrimas escorrem. Vai ser melhor assim, não é você sou eu, nós ainda podemos ser amigos, não ajudam em nada. Porque? Porque tem que ser assim? Você não me ama mais? Não tem mais volta? Um último beijo?
     Ligações não atendidas, indiretas jogadas ao vento, fotos apagadas, memórias guardas, lágrimas secam, a vida segue e novos olhares são trocados com pessoas novas.

sexta-feira, 7 de março de 2014

O cara que conheci no carnaval



Dizem as más línguas que carnaval não é para namorados. Porém, venho aqui informar às más línguas que vocês estão todas erradas.
Carnaval é para qualquer um: solteiros, namorados, enrolados, tico tico no fubá, casados e etcetera e tal. Carnaval é um lugar onde você conhece pessoas e, também, onde conhece outros lados de pessoas já conhecidas.
E hoje resolvi vir aqui para contar sobre o cara que eu conheci de verdade no carnaval.

As pessoas costumam ficar mais comunicativas, loucas, insensatas e entre outros no carnaval. Normal. Quem nunca? Enfim, vamos ao cara. Descobri que ele já estava bêbado desde tarde do dia, mas ainda estava bem. Descobri também que quando ele fica bêbado, não parece que está bêbado; é só um cara interagindo e brincando com qualquer um que passe por ele.

A festa foi num condomínio de ranchos na beira do Rio Grande, música alta e gente bebendo. Minha prima já estava louca e toda vez que íamos ao mato, vulgo banheiro, ela reclamava do cara que ela amava e ele não estava mais dando bola pra ela. Minha resposta: você não o ama. Mas vai dizer isso para uma pessoa bêbada fazendo xixi no mato! Não dá, ela não vai te escutar, e muito menos escutar a mim! Mas o causo aqui não sobre minha prima pra lá de Bagdá.

Segunda vez que me arrependo de beber. A primeira tomei um porre danado ao som da música Se eu tivesse um canudinho. Porém, dessa vez o arrependimento não é da ressaca ou de dar um grito no Hugo, é por não lembrar.

O cara que lhes digo, eu já conheço de outros carnavais. O carnaval desse ano foi diferente. Estávamos juntos, dançando, e ele começou a falar e falar e falar. Uma declaração. Senti-me especial para ele tal como ele disse que sou. Não tem outra palavra para descrever o que eu senti se não o tal do amor. E não é um desses amores adolescentes que tantos dizem ser, já vivi amores assim e isso não é nada parecido. E não é porque tenho dezoito anos que não sou capaz de amar alguém como uma pessoa de cinquenta ama seu parceiro.

Escutei e não disse nada, para não quebrar o clima. Mas fiquei feliz por lembrar um pouco do que ele disse, e por conhecer mais do cara que amo ao som de "Lepo Lepo".



Desculpem-me por não estar aparecendo muito por aqui. Estou numa fase de bloqueio criativo muito intensa. Beijos.