Procuro alguém com quem desabafar. Minhas incertezas, ansiedades e neuras estão de volta. Vindo devagar, mas sinto que não são o trio de sensações mais leve. Não sei o que fazer e o que faço, não sei se esta certo. Na maioria das vezes, não. Não quero me acostumar com estas idas e vindas dos meus sentimentos confusos e embaraçosos. As coisas não têm mais graça. Enjoo fácil de coisas, jogos, pensamentos e pessoas. Deve ser por isso que não tenho alguém para descarregar todas esses mistérios que me prendem o sorriso.
Creio que minha velha agenda já está de saco cheio de tudo o que escrevo. Porém, ela não tem do que reclamar, se não estivesse comigo estaria no lixo. Parece-me que é o que ela está virando. Um monte de palavras escritas para serem jogadas fora. Às vezes sem importância, às vezes com o mundo em poucas letras. Bobeira escrever? Para você, para mim é necessidade. Respeite, meu caro.
Porém, ninguém vê que sorrio para disfarçar o que realmente sinto, sorrio para não demonstrar o que escrevo ou o que penso. Já dizia Clarice: "Sorria sempre. Seus lábios não precisam traduzir o que acontece no seu coração." Sigo na risca o que ela disse, mas esses dias não estou conseguindo segurar. Parece que o universo inteiro está a favor da queda de minhas lágrimas e nada faz com que isso pare.
Preciso mudar. Melhorar minha auto estima, em primeiro lugar, para ver se muda a direção das minhas perturbações internas. Cortar o cabelo, de início. Sempre corto o cabelo quando algo não está bom. É algo involuntário, meu subconsciente simplesmente põe no meu consciente que tenho que mudar o corte do meu cabelo quando estou me sentindo dessa maneira. Desanimada, triste. Quando terminei com meu último namorado, cortei o cabelo no ombro e franja de lado. Para mudar a vida. Esquecer dele.
Ainda procuro alguém. Mas se eu não consigo me ajudar, quem vai? Tenho medo do meu futuro, que, aliás, não está nada longe.