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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Poeminha nada rimado



Chega de ladainha e me beije logo.
Teus lábios são bonitos, mas ficam mais quando colados nos meus.
Tire essa mão do volante e grude-a na minha perna, ou um pouco mais para cima.
Sei que minha máscara amarga combina com teu lado doce, mas quero sentir meus pelos eriçando com sua barba em meu pescoço.
Desculpe meu apreço pelo erro, mas é assim que sou, é assim que quero ser.
Por mais que eu tente esconder, meu lado sujo fala mais alto.
Na verdade, grita.
E não quero esconder isso de você.
Quero que apenas você me conheça realmente como sou.
Gosto de palavras, mas não sou boa com elas.
Por isso prefiro demonstrar meus sentimentos com meu corpo.
E sei, pelo teu semblante, que tu gosta e que deseja uma madrugada prolongada ao meu lado.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Adeus ou Boa Noite?




Essa cama de solteiro costumava ser tão aconchegante quando você estava aqui. Agora ela me parece tão grande sem você e, ao mesmo tempo, me parece tão pequena. Estou sem jeito para dormir. Desculpe, mas com as despesas e o salário daquele tamanho, não consegui comprar nem o colchão de casal. Além disso, eu nem queria, é bem melhor dormir pertinho de você que ficar todo espaçoso. Você mesmo disse isso.

"Um dia, não iremos mais dizer 'adeus', apenas 'boa noite'." Meu deus, você é tão poético.

Sabe, machuca querer muito algo e não poder ter. Você é esse tipo de algo. Vamos, desfaz essa cara amarrada, perdoe minha crises, minha voz alterada. Esqueça as brigas, aceite minhas desculpas, vamos fazer as pazes. A vida não costuma ser longa o suficiente para nós ficarmos desperdiçando por bobagens momentâneas. Estou disposta a jogar todo o rancor fora, fazer uma limpeza.

Você sabe, sou muito dependente. Dependente de amor, carinho. Pode ser que o termo "carente" seja o correto a ser usado. Eu preciso respirar você. Seu cheiro que ficou no travesseiro já está acabando. As pessoas perguntam se estou doente, se estou com anemia e outras pérolas. Mas não, não estou com nada disso. Estou apenas triste, com saudade.

Eu sei que meu maior problema é não aceitar certas realidades. Não aceitar que as coisas não sejam do meu jeito. Mas do seu jeito eu aceito. Porque o seu seu jeito é bom para mim, talvez até melhor que o meu jeito. Você é tão certo e tão errado ao mesmo tempo. Sem você aqui tudo fica errado. O telefone não toca, e quem vai tocar o violão? Esse quarto está vazio sem o barulho da sua presença.

Eu sei que você não merece minhas crises, mas isso vem no pacote também. Eu posso te ensinar a voar. Posso escrever algumas cartas fofinhas. Posso até tentar fazer uns poemas, apesar de não ser meu forte. Posso fazer o máximo para nós sermos felizes. Mas para isso preciso de você aqui. Então, porque não volta logo?

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

30Days: Coisas que se perdem

Imagem do filme Gravity
9 de Dezembro de 2013

Querido Ian,

Estou perdida no espaço, sem combustível, sozinha. Depois da chuva de destroços ninguém conseguiu sobreviver e perdi toda e qualquer tipo de comunicação com a base. Sei que não adianta esperar, não tem como sair daqui. Estou escrevendo esta carta para desabafar, aliviar, dar uma "satisfação". E, quem sabe, alguém me encontre algum dia? Esta carta vai ser para você, meu amor. O oxigênio está acabando, é só uma questão de tempo. Não vou sentir dor, vou só dormir. Para sempre.
Cuide bem de Sam, como nós treinamos antes eu vir para cá. Diga que eu a amo muito, muito. Diga que nunca vou me esquecer dela. Diga a ela que virei uma estrela bem pequenina e que sempre estarei cuidando dela, daqui cima.
Aqui em cima é lindo, Ian. Todos podem imaginar, mas não chega nem aos pés daquelas fotos de livros de ciências. A Terra é linda.
A saudade está começando a doer e não posso matá-la porque sei que não vou mais vê-los. Sinto falta de sentar na grama com você. Sinto falta de sentir o vento. E o que mais quero agora é sentir você, nem que seja um único, simples e cheio de sentimentos beijo na testa. Agora arrependo-me e sinto a consequência de dizer naquela primeira e única briga que não queria mais ver você. Essa é uma coisa que eu não desejo. Até parece ser brincadeira do universo... Me deixar aqui em cima com vontade de voltar, com vontade de ficar com você. Uma brincadeira sem graça, pode apostar.
Comecei a gostar de você pelo simples fato de gostar, apenas. Gostar de graça, sem querer nada em troca. Você mudou muito meu jeito de pensar e minha visão de mundo. Pode até ser um pouco engraçado, mas só estou aqui por sua causa. "Vai lá! A Sam e eu nos viramos aqui." Eu sei que vocês conseguem, mas duvido que a casa esteja limpa.
Ian, você é a melhor coisa que me aconteceu nessa vida. Tinha medo de te perder, mas agora isso é irrelevante. Você é tudo para mim. Antes de te conhecer, eu estava perdida em um mundo no qual me sentia deslocada. Você me transformou.
O oxigênio está acabando, estou começando a ficar zonza.
Apenas quero que seja feliz, independente do que as pessoas irão dizer ou pensar, você não tem que ligar com isso. Eu amo você.
Chega de palavras, pois estas também irão se perder com o tempo.

Sua Linda.


Carta encontrada em capsula, depois de dois anos, após sua queda em lago na região do México.


quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Mais uma para a minha história

Tumblr

Fiquei escondida no meu quarto o dia inteiro. Faltam quatorze minutos para o fim do dia e meus olhos, desde que acordei, estão inchados e avermelhados. A dor de fome no estômago é facilmente esquecida pela dor do peso que está em meus ombros, em minha consciência. Ecoa em minha mente a melodia da decepção: lágrimas caindo no travesseiro como batidas de uma percussão, mais alta que o barulho do ventilador e dos carros lá fora. Não consigo dormir. Não quero sair do meu quarto, vou fazer uma oca e sobreviver reclusa de tudo. Estou com vergonha. Recuso-me a olhar para as pessoas a minha volta.
"Vai ficar fechada nesse quarto por quanto tempo?"
Não importa quanto tempo vou ficar aqui, não podem me impedir de ficar jogada na minha cama molhada de tantas lágrimas. Não estou atrapalhando ninguém nem estou fazendo qualquer tipo de barulho, então me deixem em paz! Pelo menos vocês, porque minha cabeça não vai me deixar. Sou chicoteada pela imagem e pela frase o tempo todo. É difícil aceitar. Eu não quero aceitar.
Sou sempre a primeira a falar que somos novos e que ainda temos tempo de sobra para realizar o que queremos fazer. Porém, é tão mais fácil dizer isso para os outros que para nós mesmos... Eu não quero ter de esperar 6 meses, 1 ano. Quero agora. Por favor, eu quero agora...
Admito que é/será consequência dos meus atos errados, da minha falta de atenção e do meu nervosismo.
Não quero um ombro para escorrer de mim essa minha decepção. Ainda não. Talvez ainda há esperanças. A decepção é angustiante. Quanto mais você chora, mais vai se lembrar do motivo e mais vai sentir o peso do mundo sobre você. O peso do olhos de seus familiares, o peso dos olhos de seus amigos e colegas, o peso dos olhos de quem você não imaginava que ia te julgar tanto. Esse peso é nada mais que lancinante.
Por isso, quero ficar aqui sozinha. Lendo meus livros para me distrair, já que não posso fazer mais nada.
Este é mais um capitulo decepcionante da minha história.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Por sua causa parei de fumar



Todo dia. No mesmo horário. Lá vem ela, passando com seu coque azul bagunçado, livro na mão e bolsa de lado. Azul é minha cor preferida. E o cabelo dela é o meu preferido. Sempre que a via passar na calçada do outro lado da rua, imaginava como ela deveria ser interessante. Do alto da janela, eu sonhava em conhecê-la. Com o cigarro aceso, eu desejava tê-la para mim. Mas eu sabia, nunca trocaria uma única palavra com a moça de jeito chamativo.
Meu avô costumava me dizer que o mundo é uma coisa engraçada, que o destino é um circo e, às vezes, nos faz de palhaços. Mas penso que foi uma ótima palhaçada o que o destino, talvez, tenha me feito.
Um dia de crise, sem isqueiro, sem fósforo e, pior, sem cigarro, fui para a janela esperar a mulher de cabelos coloridos. Um grito. "Hey, acabou o cigarro?" Na rua, do outro lado da calçada, com seu coque azul bagunçado, livro na mão e bolsa de lado, ela olhava na minha direção. Encolhi os ombros, levantei as palmas das mãos e respondi: "Fazer o que, né?!"
Parei de fumar por causa dela. Pode ser bobeira - e talvez não consiga me expressar muito bem -, mas o cigarro estava mantendo-a à uma distância desnecessária de mim. No outro dia, sentei na calçada, ela passou e começamos a conversar.
Hoje ela está aqui - estou escrevendo enquanto ainda dorme. Registro cada detalhe de seu rosto e desenho-os dentro de minhas pálpebras fechadas. Seus cabelos azuis espalhados pela cama a deixa mais viva. E, sim, ela é interessante. Sua personalidade me deixa intrigado. Ela é linda. E minha.
Ela está aqui, e não há cigarro no mundo - no meu mundo - que a fará ir embora. Ela está aqui, e o mundo é engraçado.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

30Days: Estranhos conhecidos


Para ver o começo da história clique aqui




— Olá. O que vai querer tomar? — Essa é a voz de algodão. Linda, inspirante. E Bruno desejou ser o primeiro de seus clientes. 
— Apenas... hum... Eu quero um café. Isso. Um café — ela foi até a cafeteira, Bruno se odiou por gaguejar na frente dela.
A moça de cabelos de fogo voltou com seu café saindo fumaça, do jeito que ele gostava.
— Veja se está bom — disse assim que entregou.
Bruno fitou aqueles olhos verdes, sem conseguir desviar o olhar. Ela era linda. Precisava dela para o seu livro. O café estava forte, do jeito que ele gostava.
— Está maravilhoso. Obrigado.
A moça saiu, mas ficou por perto. Bruno não sabia, mas o nome dela era Alice e também estava atrás de alguém para uma história. Coincidência? Não, talvez seja o destino lhes pregando uma peça.
Alice se lembrava daquele homem, que poucos dias atrás estava observando-a, ou olhando para os homens - ela gostava do mundo daquele jeito, diferente -, naquele mesmo barzinho ajeitadinho de esquina. Ele foi a primeira pessoa com quem Alice quis realmente conversar, quis saber da vida dele para escrever algo. Sabe quando a gente vê uma pessoa e pensa que ela pode ser uma pessoa legal e, logo, quer ser amiga da pessoa? Alice quis.
— Você vem aqui todos os dias? — A moça perguntou ao moço, que estava um tanto quanto concentrado no que estava fazendo em seu notebook.
— Sim, venho todos os dias — esperou um pouco, decidindo o que perguntar. Decidiu fazer uma brincadeira — E você, vem sempre aqui?
Ela riu. Gostou da brincadeira.
— A partir de hoje, sim.
Bruno escreveu sobre seu senso de humor, sobre a maneira como seus lábios se curvavam quando sorria. Ele estava surpreso de ela ter puxado assunto, mas agora ele não sabia o que dizer. Estava tocando Johnny Cash, resolveu perguntar de música.
— É você quem coloca essas músicas?
— Sim.
— Você gosta de blues?
— Mais ou menos. Mas o Zé é quem gosta mais, ele quem pede para colocar — Zé é o dono do bar. — E então, o que faz da vida? Só vem aqui?
— Escrevo. — Alice gostou, poderia aprender algo com ele. — Estou escrevendo um livro no momento.
— Ah, é?! Também escrevo, mas é para uma revista feminina. Tenho algumas leitoras fiéis, mas não são muitas. — ela sorriu com um pouco de vergonha.
Bruno não queria admitir, mas lia algumas revistas femininas, e deixo aqui bem claro que é somente pela parte de crônicas e contos pela qual ele se interessa. Talvez... Não, não seria possível que ele já teria visto aquelas sardas e o cabelo ruivo.
— Por algum acaso... Seu nome é... Amanda? Ou Alice? Anita?... Seu nome é com A? — Alice ficou surpresa e parou de fingir limpar o balcão. Aquilo, para Bruno, foi um tremendo sim.
— É Alice.

domingo, 10 de novembro de 2013

30Days: Talvez o penhasco seja, sim, uma boa ideia

  1. Descreva um lugar.




Sinto essa ventania ventar no meu rosto. Que sensação deliciosa. Esse penhasco até que é uma boa ideia. Minha atenção corre em direção a uma porta que acabara de ser aberta, seu rangido quebrando minha suave meditação, não penso nem hesito em passar por ela, mesmo não sabendo as intenções do que se tem atrás dela. Não sou de ter medo. Mas, bosta, cadê a organização? Consigo ver papéis de carta, canetas, cadernos, soldadinhos de brinquedo, rosas de plástico e outras coisa que não consigo recordar enxergar, todos esparramados no chão e em cima de escrivaninhas. Não tem janelas. Reconheço o lugar e dou logo um jeito de sair de lá. É bom não entrar nele novamente.

Um corredor. Cheio de portas e mais portas da minha vida. Será isso mesmo? Talvez as outras portas são melhores que a primeira. A maioria delas são lisas e cinzas. Não gosto das portas cinzas. Sinto-me com certa repulsa ao chegar mais perto das maçanetas. Não me assustam, só não gosto. Avisto algumas, pouquíssimas, portas coloridas e com entalhes diferentes. Corro até uma, curiosa. Há alguns desenhos nesta porta que eu sei o que é, mas não consigo identificar. Não sei de onde os conheço, mas sei que sei. Algo não me deixa entender o que são. Abro a porta tentando não pensar muito nos desenhos. Cadê o interruptor? Não está escuro a ponto de não se ver a um palmo de meu nariz, mas também não está tão claro que eu possa ver a partículas de poeira. Gorros verdes, grama, estrelas, pitanga, floresta, Gnomo! Deuses, agora eu sei. Os desenhos borrados sou eu e o Sr. Bacon, da maneira como eu o imaginava. Sempre bravo comigo por fazer minhas bagunças.

Saio. Com boas, e algumas tristes, recordações. Decido entrar em umas das portas cinzas. Escuto as tábuas do chão de madeira ranger e giro a maçaneta da porta, escutando alguns resmungos. O quarto é escuro, muito escuro. Entro e a porta se fecha atrás de mim. As luzes clareiam algumas vezes, bem rápido. Parecendo aquelas luzes estroboscópicas. Ouço um choro baixo e sinto vontade de correr daquele quarto sujo e mofado. Nada nesse quarto é bom. Aqui é triste, deplorável, sem cor. Quero sair, mas não consigo me mover. Tento gritar, mas nada mais que um sopro. Sinto água nos meus pés, subindo rápido, sem parar. No meu queixo. Na minha boca. É meio salgada. Lágrimas? Tento gritar de novo, mas agora a porta se abre e a água toda vai embora. Vejo uma pedra amarrada num cordão "voando", consigo mexer-me!, e vou atrás dela. Tranco a porta. Não seria bom se alguém entrasse ali. E aquela pedra clarinha parece ser minha salvação.

No corredor novamente, correndo, mantenho-me longe das portas cinzas e dou ligeiras olhadelas nas que estão decoradas. Conchas. Penas. Borboletas. Mas isso não importa mais. Não quero mais ficar aqui dentro, mesmo que haja coisas boas, as ruins nos atormentam por mais tempo.

O verde daquela grama aparada me chama e eu não quero recusar seu convite. Mas o céu está tão lindo à minha frente que não resisto e continuo correndo. Sei que tem um penhasco logo mais e um rio lá em baixo. Mas aqui é meu, e se eu quiser ter asas, talvez eu tenha asas! Eu posso. Não gosto da casa da qual acabei de sair, pode até ser bonitinha, mas dentro dela não há apenas coisas bonitinhas. Por isso, prefiro aqui fora. O ar fresco, a água cristalina, a adrenalina de pular. É minha cabeça. É meu.



quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Eu não quero não ter tempo



Venha ficar comigo, me faz um carinho e eu te digo o que está preso na garganta. Pode ser que não seja tão bom, mas faço o possível para engolir as tristezas. E talvez eu vá para aí. Levo uma escova de dentes e duas mudas de roupas. Não tenho tanto medo quando estamos juntos, e isso me faz querer estar contigo permanentemente. Deixa eu me esconder em você. Ajude-me a não permitir que essa escuridão consuma toda a luz daqui de dentro. Vamos deixar essas questões mal resolvidas para lá. Vamos viver, ocupar os lugares bonitos dos nossos corações.

O mundo é uma constante metamorfose e não há hora para parar, nós não vamos parar. Tudo o que devemos fazer é, simplesmente, nos divertir e não pensar muito no futuro. Pensemos quando formos velhos e chatos e não tivermos nada que possa nos divertir. Temos inúmeras chances de fazer tudo certo, mas... vamos nos permitir errar nos acertos, algumas vezes. Li em um dos meus livros que "Você nunca sabe quanto tempo vai ter" e essa frase ficou na minha cabeça por um bom tempo, ainda está, na verdade. Não quero perder as oportunidades de ser feliz - ainda mais do seu lado - por não "ter" tempo e ser sempre a certinha de tudo. Não é a minha cara.

Mesmo não querendo pensar no futuro - que seria taxado de certo pela sociedade em geral - no momento, minha resposta é clara e sincera: Sim, eu prometo! Prometo nunca sair da sua vida, prometo não deixar acabar, prometo tentar ser suportável. Sem muitas crises e choros e dramas. Mas, prometa também que você vem comigo, que não vai me deixar sozinha nesta estrada cheia de buracos e breus assustadores, que nossa vida não será uma mesmice chata e tediosa. Nós não podemos ficar chatos e tediosos.

Há alguns dias, eu acordei com essa imensa vontade de sair da minha vida e ter um pouco mais de aventuras. Mas não quero sem você. Não adianta sem você. Porque você é a minha graça, você é a minha emoção. Leia isto! Você é a minha emoção.

Então... Você vem?


sábado, 2 de novembro de 2013

MEME {Como eu leio!}

Oi, galerinha! Vim com um post meio diferente hoje. Vou fazer um MEME! Sempre vejo as meninas de outros blogs fazendo e acho muito legal, pois dá para nos conhecermos melhor. Estava passeando e achei esse no blog da Dinha Vieira, e resolvi fazer. Sim, sem indicação alguma.
Então, lá vai:



quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Exausta



A diferença da bagunça do meu quarto com a bagunça da minha cabeça, é que meu quarto eu consigo arrumar. Já a da minha cabeça, não posso dizer a mesma coisa.
Meus sentimentos e pensamentos tumultuados estão voltando. É muito barulho aqui, e não acho o botão que faça esse ruído insistente parar. Tento fazer de tudo para pensar em outras coisas. Ouvir músicas, ler livros, escrever. Mas nada está dando certo. E isso é frustrante.
Ora triste, ora alegre. Choro fácil, sorriso mais ou menos. Medo? Consideravelmente, sim. Medo de não dar certo. Medo de ter medo. Medo de várias coisas.
Meu mundo está instável no momento. Opiniões, suposições. É como se eu estivesse numa montanha-russa de cabeça para baixo. A confusão está reinando aqui dentro.
Jogo na mesa para analisar as opções e escolhas, passado e futuro, e presente também, certo e errado, e vejo que quanto mais procuro algum sentido, menos o encontro. E só percebo quando já é tarde para ver.
Estou exausta. Do tempo, da confusão, do vazio, do mundo, da falta de permissão. Certas coisas perderam a diverção e não quero rir só para não deixar outra pessoa sem graça. Brigas, discussões e julgamentos me deixam mais para baixo que já estou, e não consigo achar algo que faça isso melhorar.
Enfim, estou nesta infindável crise interna, conflito de sentimentos. Estou na pior.
A incerteza do lugar onde estou e o lugar onde minha mente está. Recomeçar do zero seria uma ótima opção. Personalidade, jeito, conversas, objetivos e até sonhos. Um ponto diferente no meio de uma multidão.
Controlar meu coração, controlar minha cabeça, controlar minha língua. Estas coisa estão se tornando cada vez mais difíceis, mas não quero desistir de mim.
Como eu queria estar sozinha para conseguir pensar em tudo isso.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Era de mudanças


Ah, resolvi dar uma mudada nas coisas por aqui. Achei que estava precisando. E, apesar do rosa, eu gostei (considerando que eu não gosto nada da cor).
E não mudei só por aqui. Mudei meu corte de cabelo (está curtiiiinho *-*), estou mudando minhas roupas, sapatos e, principalmente, o que mais quero e preciso mudar: meu modo de ver e pensar sobre as coisas. Mudando minhas prioridades, objetivos e sonhos, talvez por consequências de escolhas bem ou mal feitas.
Uma nova fase da minha vida está chegando e, mesmo gostando de mudanças, sinto que estou com certo medo do que está por vir. Minha ansiedade por coisas novas e diferentes e estranhas está me deixando mais desatenta. O pensamento não flui e as ideias ficam esparsas.
O tempo ora passa depressa, ora passa devagar. É só uma questão de tempo para eu realmente desesperar e voltar a chorar.
Os vestibulares estão chegando e depois deles, sei que tudo vai mudar. Talvez, para melhor. Ou não. Estou tentando esquecer um pouco disso e não ficar nervosa. Mas meus pensamentos não me lembram de outra coisa. Apenas isso. Apenas isso. Apenas isso.
Tudo vem na hora certa, não que eu queira, mas tenho que esperar.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Algodão-doce como inspiração



Aquele bar, a partir de agora, seria seu local oficial de inspiração. Na verdade, a moça de cabelos flamejantes seria sua inspiração, não o bar. Não sabia exatamente se ela voltaria lá, mas já a vira algumas vezes, sentada na mesa com seu notebook e sua agenda, depois de decidir escrever sobre ela. Bruno dormiu até mais tarde para poder chegar no bar mais cedo e sair depois que ela fosse embora. E, sim, ele chegou cedo.
18h47min.
Para alguém que não sabia que hora iria embora.
Enquanto esperava, com seu notebook aberto pronto para escrever sobre a mulher em seu livro, seus pensamentos perambulavam em forma de palavras para todos os lugares que olhava. Palavras sobre qual era o gosto musical da mulher. E sobre coisas das quais ela gostava de comer. E também como ela poderia se chamar.
Porém, assim que começou a ver os nomes voando por entre os móveis, notou que a porta do bar se abriu e a mulher entrou. Ela estava com uma roupa preta indo direto para o balcão. Seu cabelo vermelho estava amarrado em um rabo de cavalo. É assim que se chama esse penteado ainda?, pensou. Bruno observou que ela estava sem a bolsa, ou seja, sem notebook ou agenda. Ela colocou as mãos em cima do balcão, sua pele era clara e delicada, o homem grisalho, que Bruno imaginava ser o dono, falou algo e lhe entregou um avental branco de amarrar na cintura.
Bruno sentiu um frio na barriga ao imaginar que agora tinha certeza que a veria sempre que fosse ao bar, já que ela trabalhava lá. Sentia que seu futuro best-seller iria para frente definitivamente. (Não querendo ser má, mas a esperança é sempre a última que morre e, cá entre nós, tenho certo direito de pensar assim.).
As mechas mais curtas do cabelo laranjado se soltaram deixando-a ainda mais linda. Bruno sentiu uma estranha vontade de conversar com ela e receber, mesmo que fosse por causa de uma bebida, um pouco da atenção dela. Imaginou-se sentando no balcão e começando a conversar com ela, enquanto ela fazia alguma coisa pouco interessante e respondia meio tímida. Pensou em ir, mas, se pensasse demais, não iria. Então logo parou e foi para o banco alto no balcão, com seu notebook.
Ela está vindo na minha direção. Um sorriso simpático nos lábios, os olhos verdes cheios de entusiasmo. Meu Deus! Eu preciso conhecê-la.
Quando somos adolescentes, sempre temos essas sensações estranhas no estômago. E, mesmo não tendo muita nem pouca idade, Bruno também tem. Suas mãos suavam frio enquanto ela se aproximava para atendê-lo, pensava em voltar para a mesa, mas não podia pois estava ansioso para ouvir a voz da mulher.
"Olá. O que vai querer tomar?"
Bruno não soube explicar como era a voz dela. Só que imaginou algodões-doce passando em seus ouvidos enquanto a ouvia perguntar.



sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Não é para dar certo, entende?


Às nove da noite descobri que também sei deixar saudade, mesmo sem querer. Apesar de eu não sentir mais nada, saudade ou vontade.
Tanto sussurros quanto gritos, nada mudará. Está feito, e há tempos.
Era legal e divertido, topávamos fazer qualquer coisa. Mas, hoje em dia, seu temperamento me assusta. Seus repentinos aparecimentos estão ficando frequentes e com escritos irracionais. E dessa vez não foi diferente, só que foi surpreendente.
Não quero acreditar.
Não vou acreditar.
Sinceramente, talvez eu não acredite mesmo.
Fotos, cartas, sentimentos, bilhetes, soldadinhos... Tudo. Tudo isso ficou para trás nas primeiras semanas daquele Dezembro quente. Ficou para trás assim como meu cabelo que era longo. Assim como o beijo e o cheiro, que não me lembro mais como eram.
Era tudo tão triste, embaraçoso e perigoso. Porém, ao mesmo tempo tão adolescente, cheio de adrenalina e brincadeiras. Era aquilo que eu queria. A adrenalina e o risco de ser pega. Não tinha nada a ver com signos, gostos, ideias, etc. Não era você, completamente. Notei há algum tempo.
À propósito, não gostei das flores. Você não sabe, mas não gosto de buquês, vasos ou qualquer coisa do tipo. O cartão foi meloso demais. E você não está aqui nem eu estou aí, ou seja, o nosso para sempre sempre foi uma mentira. Dá pra acreditar? HAHA.
Lembro do último dia que nos vimos e que conversamos. Lembro das últimas palavras. A gente ainda vai dar certo! Muita esperança sua, pouca certeza minha.
Não era mais para ser, já tinha acabado a graça.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Playlist: new tag

Eu gosto muito de ouvir músicas (quem não?), e estava aqui parada pensando em como reorganizar meu quarto mais uma vez quando decidi fazer uma nova tag aqui no blog.
Vai ser assim: vou trazer algumas músicas que gosto/conheci algumas vezes no mês. E vou começar já!

Essas são algumas músicas que estou ouvindo por estes dias; tanto nacionais quanto internacionais.


Leoni - É Proibido Sofrer


Arctic Monkey - Fluorescent Adolescent


Seu Jorge - Seu Olhar


The Royal Concept - On Our Way



Espero que goste! =]

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Mudança no fim do túnel



Talvez eu ter mudado de caminho tenha feito a roleta do Universo girar e a pedrinha tenha caído em "MUDAR A VIDA DE ALICE". Eu, que ganhava a vida apenas escrevendo contos e textos em revistas femininas, agora trabalho de garçonete no bar à cinco quarteirões da minha casa. Não por necessidade, dizem que meus textos são bons, ganho bem com isso. Foi mais para mudar mesmo. Na verdade, não acho que foi uma peça que o Universo queria pregar em mim, talvez tenha sido instinto, natureza. No dia seguinte, eu voltei ao bar e tinha uma plaquinha dizendo que precisavam de garçonete. Na hora, olhei a placa e me senti indiferente quanto a ela, sentei na mesa e fui escrever.

Comecei a ficar sem ideias, já havia colocado absolutamente tudo de um pouco de mim em todos os textos que já escrevera. Comecei a pensar seriamente se as esquinas trocadas teriam sido uma boa ideia para mudar minha vida. Então dei uma olhada para fora do bar, minha vontade de sair correndo, por nenhuma lâmpada acender dentro de mim, aumentava a cada segundo. Assim que olhei para a porta, vi que tinha achado a luz no fim do meu túnel e nela havia algumas letrinhas piscando bem forte:

Precisa-se de garçonete. 
Tratar no balcão.

Minha salvação em duas frases, seis palavras e um avental. Tive a leve impressão de que certas pessoas não gostariam de saber daquilo, mas era para o meu próprio bem e para o bem do meu emprego. E outra, precisava de experiências novas, e estava sentindo que aquela seria maravilhosa. Bom, pelo menos era o que eu esperava. Fui encontrar minha inspiração naquele balcão, mas por hora, só encontrei o Zé. Sabe aqueles caras de uns quarenta e tantos anos e que os cabelos pouco grisalhos os deixam com aparência de experientes e bonitos? Esse é o Zé, que disse para eu chegar lá no dia seguinte às sete da noite.

Não contei à ninguém que estou trabalhando atrás de um balcão. Não quero dar explicações do tipo: Não! Não quero nem vou ficar a vida inteira levando cantada de bêbados e lavando copos. Até porque aquele bar não tinha tantos bêbados safados. Já disse, quero experiências novas e é isso que espero ter. Fazia tempo que não me sentia assim, entusiasmada e ansiosa com alguma coisa. Penso que estava errada de imaginar que estava à procura de alguém para me mudar, precisava mesmo era da minha criatividade renovada. E era isso que eu ia ter, à exatamente dezenove horas e trinta e quatro minutos.


sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Mistérios que me prendem o sorriso



Procuro alguém com quem desabafar. Minhas incertezas, ansiedades e neuras estão de volta. Vindo devagar, mas sinto que não são o trio de sensações mais leve. Não sei o que fazer e o que faço, não sei se esta certo. Na maioria das vezes, não. Não quero me acostumar com estas idas e vindas dos meus sentimentos confusos e embaraçosos. As coisas não têm mais graça. Enjoo fácil de coisas, jogos, pensamentos e pessoas. Deve ser por isso que não tenho alguém para descarregar todas esses mistérios que me prendem o sorriso.

Creio que minha velha agenda já está de saco cheio de tudo o que escrevo. Porém, ela não tem do que reclamar, se não estivesse comigo estaria no lixo. Parece-me que é o que ela está virando. Um monte de palavras escritas para serem jogadas fora. Às vezes sem importância, às vezes com o mundo em poucas letras. Bobeira escrever? Para você, para mim é necessidade. Respeite, meu caro.

Porém, ninguém vê que sorrio para disfarçar o que realmente sinto, sorrio para não demonstrar o que escrevo ou o que penso. Já dizia Clarice: "Sorria sempre. Seus lábios não precisam traduzir o que acontece no seu coração." Sigo na risca o que ela disse, mas esses dias não estou conseguindo segurar. Parece que o universo inteiro está a favor da queda de minhas lágrimas e nada faz com que isso pare.

Preciso mudar. Melhorar minha auto estima, em primeiro lugar, para ver se muda a direção das minhas perturbações internas. Cortar o cabelo, de início. Sempre corto o cabelo quando algo não está bom. É algo involuntário, meu subconsciente simplesmente põe no meu consciente que tenho que mudar o corte do meu cabelo quando estou me sentindo dessa maneira. Desanimada, triste. Quando terminei com meu último namorado, cortei o cabelo no ombro e franja de lado. Para mudar a vida. Esquecer dele.

Ainda procuro alguém. Mas se eu não consigo me ajudar, quem vai? Tenho medo do meu futuro, que, aliás, não está nada longe. 

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Alguns segredos conhecidos


Amores avassaladores. Descobri de uma maneira um pouco triste (não para mim) que as pessoas, normalmente, não gostam muito desse tipo de amor. Amores calmos, tranquilos, sem turbulências, de pouca (mas necessária) atenção, sem brigas e afins, são os que as pessoas preferem. Beijinho na testa, pequenas discussões necessárias por SMS, cafuné, mãos dadas... É o que as pessoas gostam: estabilidade, nada de coisas muito surpreendentes.

E para a minha grande sorte, tenho alguns (muitos) traços de pessoas que gostam do amor avassalador. Não que eu não goste de beijos na testa, carinhos e mãos dadas... Mas parece que eu preciso de mais do que isso. Quero abraço apertado, falar o que eu realmente penso e ficar calada enquanto você fala. Quero chorar de soluçar com a cabeça no seu colo e ouvir você dizer que eu não preciso chorar, que você está comigo. Quero que você fique bravo quando eu disser alguma bobeira de brincadeira, só para eu poder ficar brava com você também. Quero SMS e carro apertado de madrugada. Quero atenção. A sua atenção e a de mais ninguém. E queria que você pensasse em mim tanto quanto penso em você. Mas você é ocupado, eu sei. 

Você sabe... gosto de fazer amizades, mas não me comunico devidamente. E quando gosto de alguém, parece que eu pulo, com certo receio, em correntes marítimas. Sabendo que não vou voltar, mas que chegarei em outros lugares. Se melhores ou piores, ninguém sabe. E com você não foi diferente. Pulei na sua correnteza e deixei me levar sem olhar para trás. Só que sua correnteza me levou num lugar que eu nunca tinha chego antes. E que eu peço, por favor, não me tire dessa ilha, arquipélago, continente ou o que for.

E essa sua risada me quebra e me salva. Você sabe que a minha, às vezes, é só fachada. Seu sorriso me joga para outro mundo. Um mundo que eu inventei, e que, na verdade, esse mundo é uma grande parede azul claro cheia de fotos do seu sorriso. Não acho que seja algo psicopata.. Só gosto de te ver sorrindo.
Não quero me despedir para sempre de ti, quero sempre mais tempo, mais carinho, mais risadas, mais você. Porque eu amo você e só você teve a cura para as minhas feridas. Você é meu remédio, o meu barco de fuga, o meu consolo. 


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

E eu que



Às vezes, coisas que não queremos acontecem de maneira arrebatadora conosco. Tipo bater o dedinho do pé naquela cômoda, que você diz que vai mudar de lugar sempre que se machuca. Claro que não é a pior dor do mundo, mas... Cara, como dói! É insuportável. Porém, você nem liga. E porque ligaria? Você não está mais aqui. Não está aqui para esquentar meus pés no inverno. Para que eu me lembre de te lembrar de trancar o carro. Não está mais aqui para, quando minhas crises de choro vêm do além, dizer que está tudo bem e que vai ficar comigo, mesmo sem entender o que se passa dentro de mim. Para falar que sou boba, mas que gosta do meu jeito. Para dizer que eu não paro de comer, fico reclamando que estou acima do peso, mas diz que estou no ponto certo.
E você, simplesmente, não está mais aqui.
Acontecimentos arrebatadores passaram a acontecer mais e piores. E eu que não chorava mais de mês, me afoguei no chão do banheiro. E eu que não bebia, tomei uma tequila. Desceu quente, mas não esquentou. E eu que era sempre cheia de certezas, não sabia o que fazer. E eu que sempre enfrentei tudo e todos de frente, só quero fugir. Fugir de todos esses sentimentos obscuros, depressivos e piores, até. A tua alegria me faz falta, as tuas mãos me fazem falta, teu cabelo e teus olhos. Corro de todas as coisas que me fazem lembrar você, mas nem dormindo você me dá paz.
Por hora, ou para sempre, vou parar de escrever nesse projeto de carta, pois já estou atrasada e nem vou mandar para seu destino. Vou ao teatro com o pessoal do trabalho para dispersar minha mente de você. Rir e me distrair de tudo que me faça lembrar. Estão todos apostando se vou ou não, já que, depois de você, não havia mais saído com eles. Vontade de fazer quem apostou que eu ia dar o bolo em todo mundo mais uma vez ganhar, não falta. Mas tomei minha decisão e estou disposta a mudar. E, por mais difícil que possa parecer e ser, dessa vez nem você vai atrapalhar. Não vai mais ser uma pedra grande, espaçosa e incômoda no meu caminho. Boas novas virão para mim, e você será apenas folhas amareladas.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

A moça do bar



O lugar no qual ele mais se sentia inspirado, era naquele bar. Ele achava o bar um tanto quanto arrumado, e não tinha nada de buteco. Arrumadinho, ambiente agradável. Ótimo lugar para continuar seu livro. Ele precisava escolher uma das poucas mulheres para criar um personagem com um amor não correspondido. Talvez aquela magrela e alta que parece modelo. Não, não serve. Modelos ganham para andar sem expressão. Às vezes, aquela que parece uma índia com os cabelos longos sentada no balcão. Entretanto, pelo jeito como o cara grandão colocou a mão na cintura dela, parecia bem provável que ela não estava sofrendo por um amor platônico. Para ele, parecia que não havia nenhuma mulher interessante, até olhar para uma mesa no canto do bar.

A mulher tinha cabelos cor de fogo e escrevia numa pequena agenda, e havia também um pequeno notebook na sua frente. Depois de algum tempo observando-a, Bruno, o rapaz escritor à procura de uma mulher interessante, estava quase desistindo de tentar ver seu rosto. E, então, ela chamou o garçom e pediu mais do que estava bebendo. O rapaz, com cabelo de cachinhos, pode ver claramente aqueles olhos verdes e vibrantes, a boca rosada, a pele clara com poucas sardinhas. Ele era apaixonado por sardinhas, mas não contava para ninguém.

Porém, a mulher de cabelos vermelhos não tinha nenhum traço de desilusão amorosa, pelo menos não parecia. Então decidiu, subitamente, escrever sobre aquela mulher. Independentemente se ela estivera sofrendo por amor, seja fria ou a mulher mais sem cérebro que fosse. Não importa, ele estava disposto a mudar todo o enredo do seu livro para poder escrever sobre ela.

Então a mulher fechou o notebook e a agenda e colocou-os dentro de uma bolsa. Levantou-se da mesa, pagou e foi para a saída. Ficou algum tempo parada na porta, olhou para os lados e, então, saiu entre os carros. E ele precisava conhecê-la.


segunda-feira, 15 de julho de 2013

Garçom, por favor...


  Sei que finge não se lembrar mais de mim. Sei que finge não ter tido bons momentos comigo. Você está sentada de frente a sua melhor amiga nesse bar que um dia combinamos de vir conhecer. Não, não estou aqui te seguindo, caso venha pensar isso. Vim aqui conhecer, porque lembrei de ter o dito. Você está com o casaco azul que deixava no meu cabide, para quando precisasse. Está usando a saia que, assim que bati o olho e a vi na loja, logo pensei que suas pernas ficariam mais lindas nela. Lembro que você adorou. E ainda usa o brinco que comprou porque te lembravam meus olhos. Jabuticabas bem maduras.
Você se veste de todas as nossas lembranças e nem se dá conta disso.
Aliás, você está bonita. Espero que seja para você e não para impressionar alguém.

"Quando duas pessoas nascem para ficar juntas, elas ficarão juntas."
Que pensamento errado nós tivemos. Parece-me que não nascemos para ficarmos juntos. Porém, tentar esquecer o que passamos é baixo.
Essa carta, que pedirei ao garçom para te levar, não é por você. É um desabafo, por mim.
Sem mágoas, 
F.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Eu vi você


Estou à sua espera, me aprontando. Agora estou me interessando em aprender a cozinhar, e fogão era a única coisa que eu nem passava perto quando ia na cozinha. E, olhe só, já sei até fazer ovo mexido! Estou arrumando a cama todos os dias, apesar de preferir ela bagunçada. Tento não deixar calcinhas no gancho do banheiro. Até aprendi a tirar as pluminhas das roupas.

Lembro da primeira vez que te vi. Você estava atrás de um cara grande e loiro, mas eu vi você. Quase dois anos depois te vi novamente, só que você estava diferente, o cabelo estava diferente. E com a cara lisa. Você é tão mais lindo de barba, fica com mais cara de homem. De meu homem. E foi quase dois anos depois que você me viu. (Não, ainda não acredito que você se lembre de mim na escola.) Não liguei de ver você indo embora daquela festa, mesmo que fosse um pouco cedo. Mas me bateu uma saudade, um sentimento de quero de novo e de novo

Não acho ruim de termos nos visto de novo e de novo. Porque agora estamos aqui, um com o outro. E diferente de antes, hoje eu não gosto de quando você vai embora. E esse seu sorriso?! Me quebra, fique logo sabendo. Seus olhos me hipnotizam e, me iludem, me tirando desta realidade e me levando para outra. Seus beijos me tiram do sério. Estou à sua espera, pois acho que você é a minha pessoa certa.

E mesmo dizendo que não tem vocação para ser um namorado romântico, você consegue me surpreender. A sua personalidade me deixa inquieta e me faz querer ser como você. Faz com que minha cabeça fique transtornada e meus pensamentos confusos. Você faz com que eu me sinta feliz, independente do que aconteça no meu dia inteiro.

Estou à sua espera, porque preciso de alguém chato o bastante para me encher o saco, sempre.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Nossos tons


Acordar. Escovar os dentes. Tomar café da manhã. Por roupa. Ver se há cartas. Cartas não tem, tem um bilhete jogado debaixo da porta. Desdobrei o bilhete que não estava dobrado milimetricamente correto. Sempre que recebo algum papel, procuro quem foi que mandou, mas este não dissera de quem era e não precisei de pista nenhuma para saber o remetente. Reconheceria aquela letra em qualquer lugar. Sentei no tapete encostada no sofá. Na frente, uma mesinha de centro e em cima dela, um carrinho de brinquedo. Para ser mais exata, um fusca bege que ganhei de alguém por ser um dia qualquer, que ganhei porque ele se lembrou de mim. 

E então, li o bilhete. As lembranças foram voltando devagarinho. Primeiro, foi de quando nos conhecemos. Um tirando o outro para ver quem seria o mais engraçado. Às vezes, ficávamos empatados. Em seguida, lembrei da primeira vez em que percebi o olhar diferente dele. Não foi aquele olhar de desafio que fazia na disputa de tiradas, foi uma coisa mais... desejo e um pouco de vergonha, definiria aquele olhar. Logo, tínhamos, praticamente, os mesmos amigos e saíamos para os mesmos bares. Lembrei de quando estávamos todos em uma mesa, bebendo, e chegou aquele guardanapo rabiscado. 

Que tal sairmos um dia
para treinarmos nossas tiradas?
(  ) SIM     (  ) NÃO

No dia, segurei para não morrer de rir. Talvez aquilo fosse uma piada e ele me zoaria para o resto da vida se eu respondesse um "sim". Mas percebi que ele não queria que alguém visse e decidi arriscar. Então, discretamente, peguei minha caneta dentro da bolsa, fiz um X no sim e escrevi meu número. Ele mandou de volta com um O.K. debaixo do número. Tenho o guardanapo guardado até hoje.

Depois disso, tudo mudou. As tiradas em frente aos amigos sempre tinha um pouco de nós dois, mas ninguém entendia. Ele me mostrou suas tradições e eu mostrei um pouco da minha liberdade. Fui conhecer a casa dele (bem diferente do meu apartamento, por sinal), mas não gostei daquelas paredes todas brancas. Fiz um "papel de parede" na parede da minha sala, é todo com recortes de revista. No meu quarto são fotografias coladas na parede e alguns desenhos. Vou colorir a vida desse cara, pensei.

Éramos melhores amigos agora, sabíamos tudo um do outro, ou achávamos que sabíamos. E aquela parede sem cor ainda me incomodava. Certo dia de tarde, cheguei na casa dele, sem avisar, com alguns quadros, imagens de vários tamanhos, tinta e pincéis. Ele ficou sem entender. Joguei um pincel para ele, arrumamos jornais para colocar no piso e começamos a pintar a parede da sala dele de verde com tom de cinza, até hoje não sei que cor é aquela. Mandei ele escolher algumas imagens, coloquei nos quadros e, depois que a parede secou, pregamos num círculo imperfeito. Discretamente, peguei uma caneta de escrever em CD e fiz um pequeno coração no cantinho da parede. Fico imaginando se ele já viu.

Sem muitos detalhes, sinto a falta dele. Sinto falta dos recadinhos que ele sempre me mandava por debaixo da porta do meu apartamento. Sinto falta da nossa amizade. Sinto falta até das tiradas. Entretanto, nosso namoro não deu certo, isso nós dois sabemos. Sua tradição prendeu minha liberdade, e por mais que eu gostasse mesmo dele, isso não me agradou nada. Minha vontade de mudar tudo que não tinha cor nem graça o assustava um pouco. E nem tudo que a gente não gosta, muda.

Acordo com seu sorriso em minha mente todos os dias.

Nossos tons não combinam mais. Nos falamos muito pouco, quase nada. Arranjamos outros amigos, outros bares e, talvez, outras cores. Os erros nos fazem aprender a diferenciar o que realmente é certo para nós, nos fazem mais maduros. Me pergunto se ele pintou a parede de outra cor, se colocou novas imagens nos quadros, se ele tira alguma outra pessoa. Nosso tempo juntos foi bom, aprendi a tomar café e comer ovo mexido. Aliás, aprendi a cozinhar algumas coisas.

Não queria escrever muito sobre ele para que não houvesse recaídas e eu fosse na porta da casa dele mandar um bilhetinho também. E mesmo sabendo que ele não vai ficar sabendo, eu acordo com aquela risada escandalosa dele todos os dias.

terça-feira, 2 de julho de 2013

À procura de alguém



Estou no bar à cinco quarteirões de casa às onze da noite de uma quinta-feira escrevendo nesse pequeno diário disfarçado de agenda. As pessoas vivem dizendo, de pessoas em barezinhos, o seguinte clichê: Copos cheios, pessoas vazias. Discordo plenamente. É certo que meu copo está sempre cheio, mas não sou vazia. Talvez eu seja uma exceção. Na verdade, estou é cheia. Cheia de conversas que não levam a lugar nenhum, cheia de tentar agir certo e não conseguir, cheia de ninguém me levar a sério.

Enfim, pessoas vão a bares para encontrar outras, não é esse o objetivo? Espero que sim. Estou procurando alguém. Na verdade, estou procurando à mim mesma. Sinto que não estou mais sendo eu, que estou me escondendo por detrás de meus personagens. Ou talvez eu tenha mudado. Como dizia a música do Engenheiros: "Antigamente eu sabia exatamente o que eu queria fazer". Hoje já não sei nada. Não sei quem sou, nem sei se é isso mesmo que eu quero. Acho que preciso é de alguém, não de mim.

Um cara com cabelos cacheados e castanhos está olhando para mim. Escreve algo no laptop e levanta os olhos na minha direção. Provavelmente há alguma mulher sentada atrás da mesa onde estou. Acabo de dar uma olhadela disfarçada para trás. Só há homens. Ou ele está realmente olhando para uma mulher com cabelos bagunçados, jeans e rasteirinha ou ele é gay.

Como dizia, estou à procura de alguém. Preciso de algo que me mude. Que transforme meus objetivos e sonhos. Algo que dê um rumo pra minha vida. Assim não dá, preciso de sorrisos e pessoas diferentes. Ver o mundo de um modo diferente. Acho que vou voltar para minha casa à cinco quarteirões daqui. Talvez eu faça um caminho diferente, vai que algo no universo muda com a minha mudança. 


To be continued...

terça-feira, 11 de junho de 2013

Belo Horizonte

Enfim um bom feriado para descansar o corpo, a cabeça e das pessoas. Uma coisa que estou precisando bastante. Relaxar. Com esse aglomerado de confusão acontecendo dentro de mim, precisava me distrair um pouco. Respirar outros ares, conversar com outras pessoas, pensar em outras coisas e ver outros horizontes, já conhecidos aliás. E fiz isso! Melhorou um pouco meu "cansaço", porém apenas superficialmente. E no fundo, eu sei que nada vai mudar e daqui a alguns dias tudo vai voltar. Mas, por enquanto, vou aproveitar o pouco que resta desta sensação.
Nesse feriado, eu e minha família, fomos para Belo Horizonte para ir no casamento de um primo. E como fomos, aproveitamos para passear. Eu e minha irmã já tínhamos ido para lá há dois anos, temos um primo, Raphael, que mora lá, conhecemos a tia Adriana, que é a mãe dele. Ela é muito legal, fofa e tratou a gente como se fôssemos filhas dela. E dessa vez não foi diferente.
Acho que estou com muita preguiça de escrever sobre BH, porque.. sei lá. Acho que é porque eu já fui lá, e não tem muita novidade pra eu contar. Então vou só colocar algumas fotos e pronto.
Praça da Liberdade
    E a Praça da Liberdade?! É linda! Super verde, super limpinha.. muito linda.

Igreja São Francisco de Assis - Pampulha
E fomos para Ouro Preto! Muito bonita a cidade, adorei os paralelepípedos (que parecem mais é pedrinhas jogadas no chão), as subidas e as descidas. 


Casa da Moeda

 A Casa da Moeda também é muito legal. Muito bonito o ar antigo de lá.



Por mais que eu brigue, grite e reclame de todo mundo (pai, mãe, irmã), eu acho que não viveria sem eles. Muitas vezes tenho raiva, vontade de bater a porta na cara de todo mundo, de sair e não olhar para trás. Mas.. é isso.
Mina da Passagem - Mariana

 E, é isso. Minha preguiça está muito grande pra eu ficar falando de lá. Quero que algumas coisas fiquem só comigo, ou no meu diário (se minha preguiça deixar!).

Beijos.

domingo, 2 de junho de 2013

Nada concreto


Faz um tempo que ando me sentindo esquisita. Não sei o que eu tenho. Não estou me sentindo sozinha nem quero ficar sozinha. Me sinto um pouco cansada de tudo, eu acho. Quero fazer algumas coisas, mas não me sinto a fim. E outras coisas que quero e estou a fim, parece que a pessoa não está querendo para aquela hora. Não quero me importar. Quero perder a cabeça, falar o que der na telha, mas não tenho um motivo para isso. Estou cansada de ter conversas calculadas. Nem gosto de cálculos! Tenho fome, mas não tenho vontade de comer. Tenho amigos, mas, hora não quero me socializar, hora quero conversar com todo mundo. Quero meu quarto bagunçado, mas estou sempre arrumando-o. Não quero me levar a sério. Preciso por minhas leituras em dia, mas estou sempre estudando. Preciso estudar direito, mas estou sempre lendo. Tenho que parar de me irritar tanto, minha cabeça não para de doer. Ando querendo me desligar de coisas, pessoas, lugares... Quero tudo de um jeito novo, mas com ar de velho conhecido. Quero sair, fazer diferente. Quero meus sonhos vivos e brilhando. Quero parar de me sentir assim. Quero dar os passos certos e alguns sem pensar se é errado ou não. Não consigo ver mais sentido em certas coisas, e não sei quais são essas coisas. Quero me divertir, mas não consigo. Sinto vontade de chorar, mas não choro. Sinto vontade de vomitar, mas não vomito. Sinto vontade de gritar, mas não grito. Quero sonhos novos que não tenha ninguém dentro. Quero bater o pé e reclamar. Não quero pensar nos outros. Estou ficando confusa e não sei porque! Estou angustiada. Quero carinho. Não quero ser melosa nem dramática. Estou cansada de fingir. Fingir que gosto, fingir que acredito, fingir que me divirto, fingir que quero.
Na verdade, nem sei o que eu quero. Só não quero assim. Cansei.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Teu Gosto

 Chega de ladainha e me beije logo. Teus lábios são bonitos, mas ficam mais quando colados nos meus. Tire essa mão do volante e grude-a na minha perna, ou um pouco mais para cima. Sei que minha máscara amarga combina com teu lado doce, mas quero sentir meus pelos eriçando com sua barba em meu pescoço. Desculpe meu apreço pelo erro, mas é assim que sou, é assim que quero ser. Por mais que eu tente esconder, meu lado sujo fala mais alto. Na verdade, grita. E não quero esconder isso de você. Quero que apenas você me conheça realmente como sou. Gosto de palavras, mas não sou boa com elas. Por isso prefiro demonstrar meus sentimentos com meu corpo. E sei, pelo teu semblante, que tu gosta e que deseja uma madrugada prolongada comigo.


P.S.: Projeto de poema em prosa para o laboratório de redação. 

quinta-feira, 16 de maio de 2013

cartas não enviadas

Querido,

Faz muito tempo desde a última vez em que nos vimos. Não que eu me sinta mal por causa disso. Deve ter ouvido conversas fiadas sobre mim e sobre os bares de quinta que andei frequentando. Deve ter ouvido o quanto bebi, o quanto falei, o quanto dancei e o quanto chorei. Você me conhece bem. Sabe que bebo para me distrair, para esquecer um pouco da vida corrida e dos acontecimentos desagradáveis. Sabe que o que falo é o que fica preso no meu "filtro mental", que são as coisas que penso e que não devo dizer. Sabe que quando danço é para disfarçar meus paços trôpegos de tanto álcool já existente na minha corrente sanguínea. E sabe que sempre choro depois de beber uma quantidade considerável, sempre por motivos que nem eu mesma sei dizer. Mas depois de achar que já estava no fundo do poço, já dizia o velho Bukowski, descobri que podia ir ainda mais fundo. Digo isso porque descobri o porque acabou. Porque você não suportava minhas manias e mudanças de humor constante. Não entendia minha alegria por cuidar de animais de rua, já que dizia que eu não conseguia cuidar nem de mim mesma. Não aguentava minha necessidade de liberdade. Não queria saber das minhas crises de choros e nem dizia, nem que fosse só para me acalmar, que ficaria ali comigo e que eu não teria com o que me preocupar. Não entendia também, minhas súbitas vontades de ficar sozinha ou de quando não conseguia ficar um minuto longe de você. Você tinha medo da minha absurda coragem de fazer as coisas sem planejar e sem ligar se dariam certo ou não. Descobri que você tinha medo de mim. E descobri que você não era tudo aquilo que eu queria. Rotina e organização era o título da sua agenda 2011. Rotina não é para mim e minha organização é tão bagunçada como meu armário. Um ano se passou e ainda não entendi o porque eu fui tão cega por ficar com você. Não estou mais no fundo do poço, agora seguro firme o balde para pegar água. Hoje sinto que não fez diferença ficar com você, só aumentou minha experiência de paixões imaginadas. Se me perguntam sobre você, a sensação é de como se você fosse uma pessoa que conheci na rua e nunca mais vi. 

Sem ressentimentos, 
Alice.




P.S.1: Fiquei com vontade de terminar uma carta de Alice.
P.S.2: Alice é uma personagem que vive na minha cabeça.
P.S.3: Parece bobeira, mas tento escrever o que eu sinto que ela sente.
P.S.4: Parece bobeira, mas não considere como bobeira. 

terça-feira, 7 de maio de 2013

Tempo. Felicidade. Tequila. Cabeça.

Eaaaae! Vestibulares de inverno chegando e já fiz minha inscrição pro vestibular da UNESP, só para treinar. Quero fazer o da UFTM também. E o medo de não conseguir passar no fim do ano está dominando minha cabeça. Sei que muita gente acha que eu não me esforço nos meus estudos e tal, mas não é assim. Mal começou o ano e já estou cansada mentalmente, e esse cansaço está acabando comigo. Meus professores dizem para eu me distrair um pouco, sair, me divertir e etc. Mas pra me distrair eu não posso ficar em casa, em todo lugar que eu olho, alguma coisa me faz pensar que eu não vou conseguir passar no vestibular. E não está adiantando eu meter a cara nos livros, sendo que eu não consigo me concentrar. E quando eu saio, a preocupação é a hora que eu tenho que chegar em casa o que eu tenho que estudar no dia seguinte. MAS a vida é assim. (a vida que não estava esperando para esse momento).
Estou parando de reclamar tanto quanto eu fazia antes (e tenho que parar de reclamar da escola), e não é só parar de falar o que eu penso para as pessoas, parei de escrever tais reclamações e de reclamar até nos meu diálogos mentais. Reclamar e ficar emburrada com o mundo não ajuda em nada na minha vida. As vezes, uma revolta aqui e outra ali, adiante alguma coisa, mas não sempre. Sei que tenho que aproveitar as oportunidades que estou tendo agora. Não só as oportunidades de estudar (que é a mais importante), mas também de me divertir, conhecer coisas novas e aproveitar minha vida.
Minha cabeça anda muito ocupada com pouca coisa. Muito preocupada com escola, vestibular e futuro. O meu futuro me dá muito medo. Medo de não conseguir o que eu quero, ou apenas necessito, de não ver as oportunidades batendo na minha testa gritando para agarrá-las, de não ser quem eu sou e de não ser feliz. Não quero ser só mais uma pessoa no mundo, quero fazer diferença. Estou certa que não vou fazer uma grande diferença no mundo, mas se fizer alguma diferença com as pessoas a minha volta ou com a minha cidade, já estou super satisfeita.
Tenho que parar também de ficar tão obcecada no futuro e não viver o meu presente. Tenho medo de não conseguir realizar os meus sonhos, mas sei que não vai ser só tendo medo de não acontecer que eu vou fazer acontecer.
Mudando de assunto... Eu, como uma sonhadora aspirante à médica veterinária, achei uma cachorrinha na escola e quase peguei ela para levar para casa e cuidar dos seus machucados. E sim, estaria pulando um metro do chão se esse "quase" não estivesse nessa frase.
A razão do "quase" é o seguinte: A Tequila (nome que colocamos na cachorra) subiu as escadas da escola e chegou na minha sala, deitou debaixo da minha carteira (tipo, foi amor à primeira vista) e ficou lá dormindo.
Nisso, nenhum dos professores tinham visto a Tequila lá, mas aí, eu fui dar comida para ela e levei ela pro canto da sala que tinha sol (ela estava tremendo de frio) e um professor viu, e a secretária da escola tirou ela de lá e  depois eu não achei mais a Tequila. Tenho a levíssima impressão que ela foi abandonada por causa das peladas que ela tinha no corpinho, porque ela estava gordinha e tal, não parecia esses cachorros de rua. Daí eu queria trazê-la para casa, só para cuidar das peladas dela, porque tenho certeza que meu pai não iria deixar com que eu ficasse com ela.

E aqui, estou um pouco triste. Não consigo ler mais do tanto que eu lia antes, a escola come praticamente todo o meu tempo. Antes eu devorava um ou dois livros a cada duas semanas, e ficava quase louca quando não tinha livros para ler!

 Mas eu me acalmava e relia os que eu mais gostava. Tenho tantas séries para acabar de ler, tantos livros únicos, todos tão interessantes! Mas não tenho tempo. E agora que estou estudando devidamente é que não vou ter tempo meeeesmo!

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Coisas

Ahhhhh, olha eu aqui de novo!
Feriadão passou e a gente aqui de volta a ativa.
Gibs s2
Poisé, o feriado em si, eu não curti muito.. Tive aula no "falso feriado", que foi quinta. E para piorar, foi de matemática, física e atualidades (fala que não dá pra dormir bem?! kkk ~não faço isso, que fique bem claro~). E, além disso, tive de ir para uma fazenda. Mas até que estava bom lá. Muito divertido, relembrei muito da minha infância jogando Queima e descobri que não tenho mais a habilidade e a força que tinha aos 7 anos. Tinha o "Bom de Bola, Craque na Escola" na cidadezinha onde eu morava, eu sempre participava e meu time sempre ganhava. Longe de mim querer me vangloriar por conta disso, mas.. só o time onde eu estava ganhava, o que posso fazer?! hsuahauhs'
Mas, mas, mas.... o sábado foi muito bom! Ainda estava na fazenda e de dia, eu e alguns primos da minha amiga, fomos comprar sorvete na Fronteira e depois fui pra Frutal.
A Juliana, a Isa, o Rapha e eu fomos no Pub. A banda que o Yan faz parte, tocou lá, e sinceramente, esse último show deles foi muito melhor que os outros que eu fui. E, além de as músicas estarem muuuuito boas, a companhia estava muito boa também.
Mas fiquei infinitamente triste porque consegui derrubar a ice que eu estava bebendo. Mas isso é detalhe. Um detalhe triste, porque vai ser caro lá longe essa bostinha.
A gente chegou bem depois do horário dessa vez e meu pai meio que ficou bravo, e por mais inimaginável que possa ser, a Juliana disse que a culpa foi dela. Ela está ficando gente boa agora, ainda bem.
E domingo foi melhor ainda! Estudei para minhas provas e na parte da tarde fui com o Raphael jogar vôlei com o pessoal do rotaract. Ralei meu pé. E a noite, fui pra casa dele ver filme e comer pizza.
Já que ninguém lê o blog, vou escrever exatamente o que estou pensando, nada calculado ou já escrito em folhas ou diários.
Aquele homem me encanta e me deixa boba. Odeio ficar sem palavras quando me perguntam ou dizem algo, e sempre que alguém me pergunta sobre ele, eu meio que não consigo responder.. Dou aquela resposta básica e com um "hehe" no fim da frase. Não consigo ficar sem pensar nele e sempre me arrependo quando tento ignorar minha carência dele, quando tento não demonstrar o quanto ele é "necessário" pra mim. Não penso e nem dou corda a mais ninguém. E é toda hora e qualquer coisa que eu faço, ele me aparece na cabeça. E reler o que escrevi me faz pensar que virei uma psicopata. Isso me dá medo. Medo, sinceramente. Não de virar uma psicopata, mas de não tirar ele da cabeça. Não que eu queira, mas e se algum dia algo der errado? ~pergunta idiota~> No que eu vou pensar? Quem vai levar pra fazer coisas legais? Quem vai me ensinar a ser um pouco sensata?
Preciso parar de depender mentalmente dele. Tudo que acontece ou vai acontecer eu penso: "Mas e o Rapha?"
Isso não é uma preocupação que as pessoas olhariam e realmente concordariam que seria uma coisa "digna" de ser chamada de preocupação. Mas é uma das coisas que mais me atormenta quando vou dormir ou escrever algo.
Mas, por enquanto vou levando essa preocupação, depois penso em como posso amenizar minha psicopatisse.
Enfim, hoje tive duas provas de matemática, uma de sociologia e outra de literatura, e já vou começar a revisar as matérias para a recuperação de matemática que eu e mais metade da sala vai ter que fazer.
Poxa, fiquei tão feliz quando achei que ia ficar uma semana sem provas.
E hoje tive uma notícia muito ruim. Meu professor foda de Geografia não vai mais me dar aula. Ele é um daqueles tipos de professores que quando a gente precisa de uma ajuda, é só chamar. Parece mais amigo de sala que professor. Fiquei realmente triste com isso. E, apesar de ser 1º de Abril, não é mentira. Mas bem que poderia ser.
É.. vou parando por aqui. Enquanto escrevia, estava ouvindo o dvd do Kid Abelha e o da homenagem à Rita Lee (Som Brasil) que o Raphael me deu.

Que preguiça de acordar cedo amanhã.


"A esperança era meu maior pecado." Clarice Lispector